Suburbano

 Aqui estou, como não combinamos. 


Como se pego de surpresa, eu aqui:

 desarmado, disperso, desnudado de qualquer intensão

apenas divagando comigo mesmo “sim, caiu a noite, final de mais um dia...”

E você primeira estrela.

Estou surpreso, confesso, 

Não havíamos combinado dia nem hora

E no final de mais um dia ... 

Em algum lugar

Brancas velas despontam, voltando

Eclipsando o sol que se vai. 

Aqui, no transito parado o sinal parece fechado, não vejo

O tempo não avança

 a reter decisões, tecer artifícios 

e fantasiar situações já edificadas, como detrás de um pano. 

E última vez que nos encontramos?

Não marcamos dia, nem ano. 

E aqui estamos. 

Tomemos uma cerveja?

Caminhemos lado a lado pela calçada calmamente como velhos amigos?

Talvez?

Ou se prefere basta apenas uma troca de olhares

e por ser assim tensos e apreensivos, de breve despedida:

 você vai para o meio das outras estrelas e eu, sigo 

com as mãos frias nos bolsos nervosos pela rua

noite de horizonte vermelho adentro 

sob a luz de mercúrio

dos postes do subúrbio. 


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